sábado, 13 de agosto de 2011

15/07/2011- Academia da Terceira Idade e UNIPLAC

Academia da Terceira Idade

Idosos na academia...

Depois de uma noite terrível, com muita febre e praticamente sem dormir, abandonei meu grupo nas atividades da manhã. No turno da tarde, visitamos uma das inúmeras academias existentes na cidade. São academias bem interessantes, com vários equipamentos, porém vários aspectos no deixaram preocupados com este investimento. Primeiro aspecto: estava vazia na hora da nossa visita; o horário realmente não era favorável, em torno de 13hs30 min e a academia não tem cobertura, ficando os equipamentos e usuários expostos ao sol. Este é outro aspecto importante, qual será a durabilidade destes equipamentos, expostos desta maneira? O custo de cada academia é em torno de R$ 15.000,00. O município investiu em 30 academias pela cidade (???), mas não dispoõe de monitores em todos os horários e nem em número suficiente para ter em todas academias. Rcordo também que quando visitamos o Bairro Tributo também vi uma academia vazia...


UNIPLAC
Retornamos à Universidade para assistirmos a algumas apresentações sobre os projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos em inúmeros cursos. Alguns estudos muito interessantes e com impactos muito positivos sobre a assitência de saúde da população de Lages.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dia 14/07/2011 - Conselho Municipal de Saúde, Consórcio Intermunicipal de Saúde e SAMU

Mais um dia muito frio. Estou gripada e quase tendo que usufruir dos serviços de saúde de Lages... Nossas atividades começam com nossa participação na reunião do Conselho Municípal de Saúde.  Chegamos com a reunião já em andamento, ocorrendo em uma sala da Uniplac, com um número considerável de participantes ( acredito que em torno de 40 pessoas ). Apesar de não sabermos exatamente quem são estas pessoas, tenho a impressão que predominam  trabalhadores da saúde em relação aos usuários, nãO só no aspecto quantitativo como também nas manifestações.


Conversa com o Gestor
Considero que o ponto alto deste dia foi a oportunidade que tivemos de realizarmos um bate papo com o Secretário Municipal de Saúde (SMS) do município de Lages. Após uma breve apresentação da estrutura da SMS, o Secretário respondeu a inúmeros questionamentos do grupo. Para nós, estudantes de Análises de Políticas e Sistemas de Saúde foi uma chance de testarmos nossa capacidade de entendimento do "discurso" do Secretário e o melhor, perceber que sua fala é acessível ao nosso aprendizado no curso. Considero também que foi muito interessante perceber que o Secretário estava muito apropriado de tudo o que acontece na sua Secretaria.

SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

Já no final do dia visitamos a SAMU do município de Lages. Assistimmos a uma palestra que nos proporcionou o entendimento da estrutura e a integração com o Corpo de bombeiros. Interessante.


Dia 13/07/2011 - Atividades no Fórum de Lages, Visita à UDESC e conclusão da atividade de Tutoria

Judicialização da Saúde

Mais um dia de intensa atividade, regado a muito frio e chuva. Pela manhã, assistimos a algumas palestras sobre a questão da judicialização da saúde, no Fórum de Lages, com a participação do Juiz de Direito Silvio Orsatto, do advogado Mauricio Machado e de representantes do Conselho Gestor de Medicamentos. As apresentações repercutiram em discussões calorosas sobre o tema. Infelizmente ainda pairou no ar o pensamento de descrédito com o Sistema Único de Saúde, a questão da super-valorização (financeira) do profissional médico em relação aos demais integrantes da equipe. Porém, felizmente nossa Professora Izabella Barison soube conduzir com muita elegância  a discussão, destacando a importância do nosso curso (Análise de Políticas e Sistemas de Saúde) para modificação  deste contexto.





Instituto Paternidade Responsável

Na sequência das atividades, assistimos a uma peça teatral de fantoches sobre o tema "Paternidade Responsável". O grupo de teatro era formado por diversos jovens oriundos de variados cursos de graduação. Após, assistimos a uma breve explanação do Prof. Guidolin sobre o laboratório de DNA da UDESC, que oferece testes de DNA gratuitos para a comunidade. Finalizando esta atividade, fizemos uma visita no laboratório. Muito interessante.

Conclusão da Tutoria
Para finalizar as atividades do dia, retornamos a UNIPLAC e trabalhamos novamente nos grupos de tutoria. Hoje a vivência concentrou-se na apresentação dos resultados da pesquisa realizada no dia anterior. Houve uma conversa sobre as dificuldades  e como estas atividades costumam ser processadas no dia a dia. Fizemos também uma simulação do processo de avaliação da tutoria.

domingo, 31 de julho de 2011

Dia 12/07/2011 - Vivências nas UBSs e Experiência de Tutoria na Uniplac

Neste segundo dia fomos dividos em dois grupos, para visitarmos a UBS Tributo e a UBS Santa Helena. Fiquei no grupo que foi para a UBS Tributo. Fomos muito bem recebidos e iniciamos as atividades com uma conversa com os trabalhadores desta unidade. Ficamos sabendo da rotina destes traabalhadores, horários de atendimentos, profissionais disponíveis. Novamente nos dividimos e fui alocada no grupo que iria acompanhar a médica residente em visitas domiciliares. Foi uma atividade muita interessante, onde podemos perceber algumas necessidades, tais como a inclusão do Fisioterapeuta ne equipe; das três visitas realizadas, foi possível perceber a necessidade nas três situações. Apesar de eu ser Fisioterapeuta, esta minha constatação não é por questões corporativistas e sim pela percepção da real necessidade. Também é possivel traçar um paralelo com  as visitas que participei no Rio de Janeiro: aqui em Lages encontro um bairro simples, mas com melhor infra-estrutura que no Rio de Janeiro (Pedra de Guaratiba, zona oeste); além disso, parece que os serviços estão mais estruturados e que há integração da rede de serviços. Talvez o fato do município ter uma excelente cobertura de equipes de estratégia de saúde da família favoreça a esta percepção favorável.


Tutoria

No período da tarde tivemos a oportunidade de vivenciarmos uma das "tecnologias" de ensino utilizadas no curso de Medicina da Uniplac. A tutoria é uma metodologia de ensino totalmente ativa e faz parte da "Aprendizagem baseada em problemas (ABP)". Inicialmente nos foi apresentado o problema que teriamos a resolver; na sequência identificamos no texto apresentado termos desconhecidos; definimos pontos relevantes do texto, depois de discutirmos em grupo; a partir dai, definimos questões que deveriam ser investigadas. o próximo passo foi irmos para o laboratório de informática fazermos as pesquisas necessárias. Também poderiamos termos ido para a biblioteca, ou laboratórios. Ficamos das 16hs até mais ou menos 20hs fazendo as pesquisas, pois a resolução do problema seria no próximo dia.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Dia 11/07/2011 - Uniplac e Unidade Básica de Saúde do Bairro Tributo

Nosso primeiro dia de atividades em Lages foi intenso. Pela manhã, fomos recebidos na Uniplac pelo Reitor, Prof. Elson e também por representantes da Secretaria Municipal de Saúde. Primeiro assistimos a uma apresentação  sobre a Uniplac, enfocando o papel desta para a comunidade lageana e também apresentando os cursos da área da saúde. Na sequência, a equipe da Secretaria Municipal de Saúde apresentou um pouco da estrutura de serviços ofertados por ela, destacando os locais em que há a presença de estagiários, seja da Uniplac ou de outras instituições, tanto de ensino universitário quanto de nível médio que apresentam convênio com a prefeitura.







Estrutura da Uniplac

Ainda pela manhã realizamos uma visita guiada pelas instalações dos cursos da área da saúde oferecidos pela Uniplac. Laboratórios bem equipados, áreas amplas e iluminadas ( geladas também...) compõem a estrutura oferecida. Mais do que a estrutura física, chamou atenção o orgulho dos professores e funcionários que nos apresentaram a instituição. Além disso, há uma nítida mobilização institucional para mudança e consolidação de novas metodologias pedagógicas. Até agora, tudo muito interessante.



Uniplac


Unidade Básica de Saúde Tributo 

A tarde conhecemos a Unidade Básica Tributo, a bem da verdade o Centro Regional de Assistência Social (CRAS), que cede espaço físico para a realização da "Terapia Comunitária", uma atividade muito interessante, disponibilizada pela UBS Trributo,  onde é possibilitada a comunidade exprimir situações que lhes causam desconforto/sofrimento e que muitas vezes são compartilhadas por outras pessoas. De uma forma simplificada, pode se dizer que é um espaço destinado a escuta. Mesmo que o objetivo do encontro não seja dar soluções para os problemas, acabam surgindo sugestões interessantes entre os usuários.


Rumo ao CRAS



Dinâmica de início da Terapia Comunitária

Adicionar legenda

Terapia Comunitária

Roda de conversa na Uniplac

Retornamos à Uniplac e assistimos a apresentações de vários professores dos cursos da área da saúde, com o enfoque no modelo pedagógico adotado e a sua inserção nos serviços de saúde. Em todas as apresentações foi destacado o compromisso com o SUS e a intenção de facilitar a inserção dos alunos precocemente nos serviços, preferencialmente nos que se destinam a atenção básica. Como nem tudo é perfeito, ainda é possível perceber que o curso de Medicina tem melhores condições de trabalho, tanto no melhor modelo pedagógico, quanto na infra-estrutura oferecida, bem como no número de professores disponibilizados. Não sei exatamente qual é a estratégia institucional, se prevê a extensão para os demais cursos, mas fica aqui a percepção/ apreensão de que mais uma vez a distância que se cria entre os profissionais médicos dos demais profissionais se perpetue. Não tem como não comentar sobre a frase mais espontânea que ouvimos no Ver-Sus Lages, quando questionamos se outros estudantes da área da saúde assistiam aulas com os estudantes da Medicina e a resposta foi essa: "não tem como misturar Enfermagem com a Medicina"... Claro que este comentário pode ser interpretado de inúmeras formas, pelo custo diferente dos cursos, mas, infelizmente, sabemos que há uma certa hierarquização na área da saúde, que serve a inúmeros interesses e que, mesmo numa instituição que está buscando uma diferenciação na formação dos seus profissionais médicos, preocupa ouvir esta fala. Prática ≠ do discurso?


Pizzaria...
Depois de tanto trabalho, um momento para a alimentação e descontração...





Mas o dia ainda não terminou...

Para finalizar, uma roda de conversa fazendo a avaliação do dia. Creio que há um consenso: dia muito produtivo.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Dia 10/07 - Chegada em Lages

Chegamos em Lages em torno das 19hs. Depois de instalados, já tivemos contato com aqueles que serão os nossos principais anfitriões durante a semana: Reitor, Pró- Reitores e estudantes de diversos cursos da Uniplac, Universidade do Planalto Catarinense. Depois de uma sopinha maravilhosa, ouvimos o Professor Geraldo falar sobre a região serrana e as peculiaridades dos habitantes desta região. Uma excelente recepção, calorosa em todos os aspectos. Para finalizar, a apresentação de atores locais. Muitas risadas!!

E continua o VER-SUS...


Felizmente, mais uma vez, fui selecionada para o VER-SUS... Desta vez em Lages, SC, com o enfoque Educação-Trabalho e Cidadania. Reativo meu blog para compartilhar as vivências do grupo composto por dezessete acadêmicos, sendo dez do curso de Análise de Políticas e Sistemas de Saúde, três de Enfermagem, um da Psicologia, Um da Odontologia, um do Serviço Social e um da Fisioterapia. Os relatos contido aqui, são de minha inteira responsabilidade e exprimem a minha impressão das situações vividas. Em nenhum momento pretendo tecer juízo de valores, somente expressar o meu ponto de vista.


Ao trabalho...


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O que ficou...

É verdadeiramente indescritível a sensação que tenho ao chegar ao final desta experiência desafiadora. O fato de já ser uma trabalhadora graduada da área da saúde (Fisioterapeuta), com experiência profissional limitada a atuação hospitalar em hospitais de alta complexidade e com excelente infra-estrutura, acredito que seja um desafio a mais, pois me impõe modificar totalmente o olhar sobre o cuidado de saúde. Todas as horas que negociei no meu trabalho para poder estar aqui, valeram muito a pena. Vou lenbrar bem disso nos finais de semana (todos!) de fevereiro que estarei de plantão. O fato de estarmos longe de casa e, portanto, longe da nossa rotina já fez com que respirássemos 24 horas por dia o Sus. Olhares tão diferenciados, pela diversidade do grupo, seja pelo seu curso de origem, seja pelas variadas idades e experiências, isso só agregou. Me sinto uma pessoa extremamente privilegiada por ter vivido tudo o que o Ver-Sus me proporcionou. Muito mais do que uma atividade acadêmica, me agregou como pessoa, por me inserir em realidades tão distantes da minha, por me fazer não ter dúvidas que desigualdades sociais me incomodam muito, por me fazer acreditar que eu posso ajudar nas mudanças necessárias... Além disso, possibilitou que estreitássemos os laços com professores (Izabella, Alcindo, Marilise, Luis Felipe e Bilibio) e conhecessemos pessoas encantadoras como Maria Luisa, Patricia, Rafael e Igor, que nos ajudaram muito em todos os momentos.

Acho que cabe uma análise bem pontual, totalmente pessoal:
- De fato vimos um grande movimento da administração municipal da cidade do Rio de Janeiro para qualificar a atenção básica, não se restringido a estrutura física, mas ampliando o conceito de saúde e pensando em rede de forma integrada;
-  Identificamos grande entusiasmo por parte dos trabalhadores que atuam nestas novas unidades;
-  Porém vi muitos problemas também, principalmente falta de trabalhadores e a pouca integração dos serviços;
-  Lamento que só tenhamos conhecido os novos serviços, sem ter uma idéia da rede como um todo.
-  Fiquei muito intrigada se a melhor saída realmente são as Organizações Sociais no gerenciamento dos serviços de saúde, no caso em questão, atenção básica.Valorizo muito o que vi no Rio de janeiro em termos de serviço e proposta de cuidados, mas  me incomoda pensar que a responsabilidade pela atenção básica, que está definida no Plano Nacional de Saúde como o foco de ação dos governos, que constitucionalmente são os responsáveis pelos cuidados de saúde, esteja sendo delegada a outros.
-  Sei que tenho mais dúvidas que certezas depois desta vivência...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

29/01/2011 - Inauguração Otics Olímpia Esteves



Último dia de atividades do Ver-Sus... Já estou com saaudades!



Neste nosso último dia, atravessamos boa parte da cidade e nos dirigimos a Padre Miguel, na Unidade Olímpia Esteves, para a inauguração de mais um OTICS, sigla de observatório de tecnologias em informação e comunicação em sistemas e serviços de saúde. É mais uma das ferramentas utilizadas pelo sistema de saúde do Rio de Janeiro para disseminação e, porque não dizer, construção de conhecimento. 


http://www.otics.org/otics/

Por mais que já tenhamos circulado por inúmeras Clínicas da Família, esta tem algumas peculiaridades. Sua estrutura é bem mais resistente, pois é de alvenaria; há iluminação natural em todos os ambientes que visitamos; e o melhor de tudo é que nela circulam muitos usuários, hoje, sábado... Esta é uma Clínica que já tem mais de um ano de inauguração e nela tive a impressão que a população já se apropriou desta unidade. Me deixa um pouco mais esperançosa em relação a consolidação destes serviços na cidade.







Espero ter a chance de voltar a estes serviços, dentro de algum tempo, e identificar que se tornaram serviços de excelência, com o atendimento que a população merece e tem direito.  



Grupo de dança de salão da Clínica

Para encerrar, ainda na clínica, fizemos uma breve avaliação do Ver-Sus, com um balanço positivo do evento.



Fomos surpreendidos com um vídeo muito legal elaborado pelo Rafael e Igor, que registraram os melhores momentos do Ver-Sus e os mais, digamos, pitorescos... genial! E agora as despedidas...






Para finalizar, um vídeo de uma música de uma banda gaúcha que eu adoro e que tem a seguinte frase no seu decorrer " foi pouco,  tempo mas valeu, vivi cada segundo..."

27 e 28/01/2011 - Oficina Epi-Info




Estamos praticamente na finaleira do Ver-Sus... A saudade de casa e da família batendo, o cansaço também, mas ao mesmo tempo não dá vontade de ir embora, pois a impressão é  de que se tem muito ainda por ver e que se ficássemos aqui mais um mês, ou dois, o tempo ainda seria insuficiente.




Neste dia fomos recebidos novamente na Prefeitura por Márcio Garcia e sua equipe, formada por um enfermeiro, uma odontóloga e uma farmacêutica para aprendermos como utilizar o software Epi-Info, que é uma série de programas que se utiliza na área da saúde para criar bancos de dados e analisá-los. Trabalhamos em dupla e tivemos as noções básicas de como instalar os programas, criar um banco de dados e posteriormente sua análise. Os professores foram excelentes e extremamente pacienciosos com o grupo, que já estava bastante cansado e com pouca aderência a atividades neste formato a esta altura do evento.

26/01/2011 - Clínica da Família e UPA Rocinha






Esta foto está disponível na internet ( http://www.google.com.br/images ) e achei interessante iniciar este post com ela porque a mesma ilustra uma propaganda para a venda de um imóvel com a seguinte frase: "Casa na Rocinha...em frente ao novo hospital, UPA". Se por um lado a UPA já se tornou um ponto de referência para esta comunidade e pode, inclusive, estar ajudando a valorizar este imóvel, por outro lado torna evidente o desconhecimento sobre qual é o papel da UPA no cuidado de saúde desta população, vide a expressão "Hospital UPA". Não sabemos quem colocou este anúncio, imagino que algum usuário. Porém, em nossas andanças, me chamou muito a atenção que alguns dos trabalhadores também desconhecem os objetivos de cada uma das unidades. Neste dia, por exemplo, um dos agentes comunitários de saúde me falou que o problema maior da Clínica da Família era a falta de especialistas. Aqui dou um exemplo pontual, mas que foi bem frequente.



Conversa com os gestores

O dia de hoje novamente foi muito intenso. No início da manhã participamos de uma roda de conversa com a Enfermeira que faz o papel de "Gerente" de todas as unidades: Clínica da Família, CAPS e UPA. Conhecemos também o Dr. Guilherme, que é o médico que coordena a Clínica e a UPA. Mais uma conversa muito interessante e esclarecedora, hoje centrada em aspectos administrativos, principalmente no papel das Organizações Sociais. Primeiro foram salientadas as possíveis vantagens, que residem principalmente na agilização nos processos de compras e diminuição dos custos, que são maiores quando envolvem o Estado; entretanto, mesmo que não abertamente, surgiram outras questões, tais como o fato das contratações de trabalhadores serem por currículo, sem chances de "qi", segundo a gerente, mas que infelizmente não propiciam que surjam profissionais de "carreira". Perguntamos, diretamente, inúmeras vezes, qual a vantagem que tem as OS ao assumir os cuidados, mas esta questão não foi respondida, o que me deixa cada vez mais intrigada...Aliás, esta é a grande questão... Surgem alguns comentários, tais como que existem cargos para as OSs, com salários bem superior aos de mercado. Um colega, muito observador, perguntou porque todos os condicionadores de ar eram com consumo de energia do tipo "C", que gera alto custo e as escolhas das compras, nos foi esclarecido, ficam a cargo das OSs. Parece que no decorrer do tempo só aumentam as dúvidas...




Ainda pela manhã fomos divididos em 4 grupos; dois foram fazer o cadastramento de famílias subindo o morro; os outros dois grupos permaneceram na Clínica. Meu grupo e eu primeiro acompanhamos o acolhimento realizado pelos agentes comunitários, buscando identificar se conseguiriam fazer um novo cadastramento na Clínica. Tentamos acompanhar a rotina, observar as abordagens e conversar um pouco com os agentes. Nos relatam que a dificuldade de cadastramento se dá, principalmente, pela dificldade de encontrar os moradores em casa ( será que a visita do agente comunitário, em horário comercial é adequada? ). Pergunto sobre capacitações, depois de ouvir algumas colocações equívocadas de um agente e este me informa que só teve quando foi contratado. Educação permante se faz necessário, pois o agente comunitário é a linha de frente deste modelo e , para o seu sucesso, tem que estar muito bem capacitado, motivado e ciente do seu papel no cuidado de saúde desta população. Aliás, sem comentários o valor da sua remuneração...
Almoçamos novamente na Rocinha, no " Cantinho das Baianas". Estava ótimo!!! No turno da tarde tivemos a oportunidade de vivenciarmos o "matriciamento", termos que ouvimos muitas vezes e que era de difícil compressão. Em termos práticos, era uma reunião onde a médica e a enfermeira de uma equipe de estratégia da família obtinham informações e suporte de uma das profissionais do CAPs sobre alguns casos específicos de pacientes. Fiquei um pouco preocupada, pois ficou evidente, mais uma vez que as unidades praticamente somente co-habitam um mesmo espaço físico, com pouca relação entre elas.Se aqui é difícil, imagina pensar em integração de toda a rede... 


Hospital Miguel Couto - www.Google.com.br/imagens


   


Para finalizar o dia, com chave de ouro, Luisa, quatro colegas e eu fomos conhecer o Hospital Miguel Couto. Fomos recebidos pel Enfermeira Telma, que nos apresentou o hospital. A análise fica um pouco restrita ao aspecto físico, pois foi uma visita muito breve. Me pareceu um hospital bastante sucateado, necessitando reparos urgentes. Vimos portas corroídas, paredes descascadas, muita improvisação na acomodação dos materiais. Parece que não há lugar para nada, com macas, cadeiras de roda, ventiladores mecânicos tudo "colocados" nos cantos do hospital. Havia uma quantidade significativa de pessoas aguardando atendimento, de regiões as mais variadas do RJ.

oglobo.globo.com


Na UTI pediátrica fomos apresentados ao caso de uma menina que se mantém hospitalizada desde o nascimento, possivelmente por alguma doença degenerativa, pois está em ventilação mecânica. Não sei nada, absolutamente nada dela, mas fico pensado mais uma vez no trabalho em rede. O contato deste hospital com a equipe de estratégia da família, para uma possível internação domiciliar reduziria custos para o Estado, liberaria um leito disputadíssimo e garantiria um mínimo de qualidade de vida para uma família. Penso também no que ouvi de um médico na Rocinha: para que tu queres conhecer um hospital? são todos iguais...tens que conhecer a atenção básica. Não tenho a mínima dúvida que a atenção básica tem que ser o foco principal de atenção, mas não tem como não pensar nas condições dos locais de atenção de saúde em nível secundário e terciário. Quem vai garantir a assistência ao usuário que não teve seu problema resolvido pela equipe de estratégia da família?

E para finalizar...
Depois deste longo dia, tivemos uma reunião com o Prof. Angelo, Vice-Reitor da UFRGS e um dos Conselheiros do Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre, que vieram para conhecer a dinâmica do Ver-Sus e os serviços. Alunos sem gás...literalmente quebrados!

25/11/2011 - Oficina de Postais


Neste dia, fomos até a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro para realizarmos uma oficina de postais. Com o cansaço tomando conta, inúmeras atividades pendentes, havia um clima de desconfiança total em relação a esta atividade, que acabou sendo uma grata surpresa. A médica e a enfermeira responsáveis pela oficina a conduziram de uma maneira leve e interativa. Iniciamos com uma dinâmica que consistia em fazermos nossa foto em 3X4 e pontuarmos aspectos nossos desconhecidos pelos nossos colegas.


Minha foto em 3X4
Na sequência, vários gravuras foram colocadas no chão e o grupo, dividido em duplas deveria esolher alguma e posteriormente apresetá-la. Estas gravuras nada mais eram do que os postais em tamanho ampliado. A apresentação resultou em uma discussão sobre aspectos tais como o quanto diferenças étnicas, religiosas, de gênero, entre outros aspectos, conversam ou não com saúde.



No decorrer do dia ainda realizamos outras dinâmicas que tornaram a atividade muito divertida. Divididos em grupos elaboramos propostas de utilização dos postais como recursos de educação em saúde



O grupo mais criativo...e modesto


Silêncio...grupos trabalhando!

Vista da Prefeitura

Entrada da Prefeitura

Para finalizar o dia, mais uma reunião no hotel sobre as nossas vivências. Aliás, reunião com hora marcada para encerrar...atividade cultural depois: ensaio do Monobloco


24/01/2011 - Centro de Apoio Psicossocial da Rocinha



Serviços de Saúde da Rocinha

Depois de um domingo de sol, de folga total para nos reenergizarmos ( na praia )para esta última semana de atividades, nada melhor do que começarmos conhecendo os serviços da Rocinha, mais especificamente o CAPs Rocinha. Esta, por ser uma das favelas mais famosas, faz parte do imaginário, acredito eu, da maior parte dos que estão vivendo esta experiência. Aliás, que experiência! O friozinho na barriga ao adentrar a favela, um certo receio, mas muito inferior a vontade de conhecer o local. Chegamos cedo ao CAPs, que ainda estava com poucos usuários e os Coordenadores também não haviam chegado. Os trabalhadores que lá estavam nos apresentaram a estrutura física e a dinâmica de funcionamento do local.

Recepção do CAPs









Leito para usuários que queiram permanecer a noite








Trabalhos dos usuários


Depois de conhecermos o CAPs, iniciamos uma roda de conversa que inicialmente deveria ser para uma apresentação mais formal do serviço, mas que acabou se direcionando para questões bem mais polêmicas. Surgiram questões tais como a extinção dos manicômios, o grau de resolutibilidade dos CAPs, a inexistência de leitos em hospitais gerais, a questão da dependência química... Foi feita uma revisão histórica,colaborada por várias pessoas presentes,  justificando como se chegou ao modelo assistencial vigente. Enquanto se dava a discussão, me veio a mente o período em que eu fiz minha primeira graduação, Fisioterapia, em Bagé, RS. Naquela época, início dos anos 90, havia uma mobilização  para mudança na área da saúde mental e havia na minha cidade  um grupo multiprofissional muito engajado;  neste grupo, alguns eram  professores e outros alunos de um programa de pós graduação em Saúde Mental Coletiva,   aos quais acabei criando vínculo e participando de serviços coordenados por eles, que funcionava aos moldes dos atuais CAPs; toda esta estória foi para salientar que acredito demais nesta proposta e percebendo a mobilização do grupo do CAPs Rocinha fico muito esperançosa. Aliás, interessante salientar que neste grupo há a peculiaridade de não sabermos quem é quem, aliás quem é o que...todos são responsáveis pela unidade. Tiago, que foi uma das pessoas que mais nos esclareceu sobre o funcionamento do CAPs, até hoje não sei qual é a sua formação. Quanto a frustração do dia, acredito que seja opinião geral o fato de não termos participado da reunião dos usuários, atividade prevista no nosso programa. Aliás, não sabemos nem mesmo se esta reuniao ocorreu e até este momento não ouvimos falar sobre o controle social no município do Rio de Janeiro.







Depois de tanta informação, pausa para um almoço animado na Rocinha. Tarde livre das 14 às 17hs para escrevermos o blog. As 17hs, reunião...balanço parcial do Ver-sus, enfocando acertos e erros, gerando modificações necessárias para seu melhor aproveitamento. Reunião muito produtiva!!

* Dúvida do dia:
E o controle social???